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Luto, um processo doloroso porém necessário
Luto, um processo doloroso porém necessário

            Costumamos dizer que a única certeza que temos na vida é da morte e ainda assim, pensar na morte e no luto e no que eles carregam, em termos simbólicos, para os que ficam, muitas vezes, é um tabu. Algo a não ser dito ou quando dito é feito com um certo cuidado na escolha das palavras.

            Em contextos sociais diferentes há variações no significado da morte. Somente no século XVIII a morte passou a ser vista como a perda do outro, e é então que ela torna-se algo intenso e de grande sofrimento. O medo da morte dá lugar ao medo da perda do outro. Indiferente do contexto social e da crença, a perda é sempre sentida.

            No dicionário luto é definido como:

            1. sentimento de tristeza profunda pela morte de alguém;

            2. luto (acp.1) originado por outras causas; amarguras, desgosto;

            3. tempo durante o qual devem manifestar-se os sinais do luto;

            4. conjunto de sinais externos que os costumes associam a perda de parente próximo ou pessoa querida.

            Segundo Freud, aquele que perdeu, ou seja, o enlutado tem plena consciência da sua perda. Estar enlutado não é estar doente, logo nada se tem de patológico.

            O luto é um processo natural e sem passar por ele fica impraticável a elaboração da perda.

            Este período é doloroso, é lento e nossos pensamentos fixam-se no objeto perdido, logo o desinteresse de um enlutado é genuíno até que ele consiga superá-lo e, ao seu tempo, ressignificá-lo e muitas pessoas precisam e devem ter ajuda para passar por ele.

            A psiquiatra suíça Elisabeth Kübler-Ross, em sua obra “Sobre a morte e o morrer”, formulou as cinco fases do luto: negação, raiva, negociação, depressão e aceitação.

            Negação: primeiro sentimento diante da notícia da perda. Negamos a realidade, tentamos encontrar explicações.

            Raiva: sentimento de revolta quando nos damos conta que não podemos negar a perda.

            Barganha: quando negociamos nossa dor, normalmente o fazemos com forças maiores.

            Depressão: sentimento de tristeza, acompanhado de solidão e saudade.

            Aceitação: quando depois de externar todas as nossas angústias aceitamos a perda.

            Chegamos nessa fase do processo de luto depois de ter passado por todas as outras. A duração de cada fase do luto é diferente de pessoa para pessoa, cada pessoa vive esse processo à sua maneira. O luto é um processo necessário e saudável para a saúde mental, apesar de sofrido.

            Um processo de luto mal elaborado pode desencadear diversas patologias e se manifestar de diversas formas, como melancolia ou estagnação no desenvolvimento, por exemplo. Em algumas pessoas, as mesmas influências produzem melancolia ao invés de luto, segundo Freud.

            Nossa terapeuta Joyce Feliciano costuma usar exemplos de caixinhas para a organização das nossas emoções e sentimentos, assim podemos entender e elaborar cada um deles de maneira adequada.

            Raiva na caixinha da raiva, tristeza na caixinha da tristeza, luto na caixinha do luto.
Apoio psicológico no processo de luto é importante para que a possamos entender a perda a aceitar a nova realidade.

            Peça ajuda, sentimentos de culpa, mágoas e rancores podem ser abordados no atendimento psicológico, sem julgamento, permitindo que novos significados e vivências sejam elaboradas.

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